R - Meu nome é
Maurilio Rossi e sou pai de aluna matriculada na turma 201 neste ano.
Sou ex-aluno do Campus Humaitá e tenho muito orgulho de pertencer
duplamente a esta comunidade. Defendo o ensino público e laico e
vejo o Colégio Pedro II como exemplo de práticas de ensino e
convivência com públicos diversos. Apesar de ter apenas um ano de
experiência como pai de aluna do CPII, resolvi lançar minha
candidatura ao Conselho Superior por entender que posso contribuir,
dando maior divulgação e visibilidade às discussões e decisões
daquele colegiado e, dessa forma, ampliar os espaços de discussões
democráticas sobre as decisões que afetam a vida escolar de nossos
filhos.
2 - O que acha
da participação dos responsáveis no colégio. Há limites para
essa participação?
R - Vejo que os
pais, de um modo geral, acompanham os fatos mais relevantes do
colégio. Creio que todos acompanham o desempenho de seus filhos, por
meio dos boletins e cadernetas. Nem todos tem tempo para participar
das reuniões das comissões de pais e responsáveis, mas a maioria
acompanha os assuntos pelas redes sociais. Há limites para a
participação dos responsáveis. Por parte dos responsáveis, muitos
tem limitação de tempo. Por parte do colégio, a participação
institucional dos responsáveis é expressa no seu estatuto e
regimento. Acho que os pais deveriam se envolver mais nos assuntos do
colégio por meio das associações de pais e responsáveis nos Campi
onde elas existem. Onde ainda não foram criadas, os responsáveis
deveriam procurar mecanismos de implantá-las.
3 - Qual sua
opinião sobre as reiteradas greves no CPII?
R - Como pai,
vejo que elas prejudicam os alunos. Penso que os professores poderiam
tentar formas alternativas às greves, na busca de seus objetivos.
Por outro lado, as greves de professores são uma realidade no ensino
público em todos os níveis; municipal, estadual e federal, desde o
ensino fundamental até às Universidades e precisamos aprender a
lidar com elas.
4 - No Campus
que seu filho estuda há Comissão de Pais? Caso positivo, você tem
proximidade com este grupo?
R - Sim, minha
filha estuda no Campus Humaitá I e lá, temos uma associação de
pais e responsáveis que engloba os Campi Humaitá I e II. Compareci
à primeira reunião dessa comissão com os pais e responsáveis,
ainda no primeiro semestre de 2016. Nessa reunião, os pais foram
informados do papel e objetivos da comissão e eu decidi que queria
fazer parte da mesma. Acredito que a participação dos pais nesses
coletivos é fundamental, não só para o desenvolvimento de cada um
de nossos filhos, mas para a criação de futuros cidadãos. A melhor
educação para nossos filhos, nós damos pelo exemplo.
5 - Como você
vê a representação democrática? Como conselheiro(a), acredita que
seu voto dentro do CONSUP deverá demonstrar a vontade da maioria dos
seus pares ou de uma minoria com a qual possa se identificar?
R - Penso que o
sistema de representação democrática é a forma mais elaborada no
desenvolvimento das sociedades. Pois, a partir de uma avaliação
individual, delegamos ao outro, por meio do voto, a defesa dos
nossos interesses individuais e coletivos. No caso da representação
no CONSUP, uma vez eleito, por escolha de pais e responsáveis,
procurarei me posicionar em sintonia com o sentimento da maioria
daqueles a quem estarei representando.
6 - Você
participou de alguma reunião do CONSUP como ouvinte? O que achou?
R - Sim, fui a
diversas reuniões ao longo de 2016 e em 2017. Em relação às
reuniões propriamente ditas, primeiro, tem a questão do quórum.
Regimentalmente, é necessário um quórum mínimo de presentes para
que a reunião ocorra e diversas vezes esse quórum não foi
atingido. Nesses casos as reuniões são abertas e fechadas no mesmo
momento. Por falar em quórum, acho importante dizer como é definido
estatutariamente a representação dos diversos segmentos da
comunidade no CONSUP:
Art. 2º Nos termos
do artigo 7º do Estatuto do Colégio Pedro II, o Conselho Superior é
composto pelos
seguintes membros:
I - o Reitor,
como presidente;
II - representação
do corpo docente em quantidade igual a 1/3 (um terço) do número
de
campi em
funcionamento, sendo o mínimo de 2 (dois) e o máximo de 5 (cinco)
representantes, após
processo de consulta a seus pares; (4 membros titulares e 4
suplentes)
III -
representação do corpo discente em quantidade igual a 1/3 (um
terço) do número de
campi em
funcionamento, sendo o mínimo de 2 (dois) e o máximo de 5 (cinco)
representantes, após
processo de consulta a seus pares; (4 membros titulares e 4
suplentes)
IV - representação
do corpo técnico-administrativo em quantidade igual a 1/3 (um
terço) do
número de campi em
funcionamento, sendo o mínimo de 2 (dois) e o máximo de 5 (cinco)
representantes, após
processo de consulta a seus pares; (4 membros titulares e 4
suplentes)
V - dois
representantes dos egressos, sem vínculo funcional ou estudantil
com a Instituição; (2 membros titulares e 2 suplentes)
VI - tantos
representantes de responsáveis legais de estudantes regularmente
matriculados
em turmas de
Educação Infantil ou de Ensino Fundamental quantos forem os membros
definidos no inciso
II, sem vínculo funcional ou estudantil com a Instituição, após
processo
de consulta a seus
pares; (4 membros titulares e 4 suplentes)
VII - um
representante do Ministério da Educação; e
VIII - tantos
representantes do Colégio de Dirigentes quantos forem os
membros definidos
no inciso II,
após processo de consulta a seus pares. (4 membros titulares e 4
suplentes)
No total o
Conselho é formado por 24 membros. Naquelas ocasiões em que houve
quórum, durante as discussões, pude perceber:
- um alinhamento
muito grande por parte dos representantes do Colégio de Dirigentes.
- que os
representantes dos docentes e dos técnicos/administrativos, na
maioria dos assuntos possuem alinhamento de posições.
- que a
representação dos alunos (discentes), em geral segue o
posicionamento dos professores e técnicos.
- que alguns
representantes de pais e responsáveis apresentaram alinhamento com a
posição dos docentes, principalmente no período da greve.
- que o
posicionamento da conselheira Vanessa Anacleto é acompanhado pelo
conselheiro Marcos (ambos representantes dos pais e responsáveis) e,
na maioria das vezes eles ficam isolados.
- não pude
presenciar a posição do representante do MEC.
Além disso,
penso que o CONSUP, como órgão máximo de deliberação do Colégio
deveria ter uma pauta mais estratégica. Presenciei diversas
discussões de assuntos do dia-a-dia. Quanto mais o Conselho discutir
assuntos de "varejo" menos estratégica é sua atuação.
Por isso, defendo que as pautas de reuniões do Conselho sejam mais
estratégicas.
7 - Como você
vê os adiamentos de reuniões do CONSUP por falta de quórum?
R - Acho ruim
que assuntos e decisões importantes do Colégio sejam adiados em
função da falta de quórum nas reuniões do Conselho. O Regimento
interno do Conselho tem as seguintes previsões:
Art. 6º
Perderá o mandato o Conselheiro que:
a) faltar,
injustificadamente, a 3 (três) sessões consecutivas ou a 6 (seis)
sessões intercaladas;
Art. 13. O
comparecimento dos membros do Conselho Superior às sessões, salvo
motivo justificado, é obrigatório e tem prioridade sobre qualquer
outra atividade na Instituição.
Precisamos
acompanhar mais de perto as justificativas de ausências e verificar
se elas são ou não pertinentes. Lembrando ainda, que os
conselheiros que não possam, por algum motivo, comparecer às
reuniões convocadas, podem acionar seus respectivos suplentes.
8 - Se você
pudesse mudar algo no CONSUP, o que seria?
R
- Defendo a alteração de seu regimento interno, deixando mais
explícito as condições de perda de mandato, definindo o número
máximo de ausências possíveis durante o mandato. Mesmo em relação
às ausências justificadas. Sempre lembrando que, em caso de
ausência do titular, pode ser acionado o conselheiro suplente.
9
- No CONSUP estão previstas reuniões ordinárias bimensais e
extraordinárias sempre que necessário. Na prática, porem,
rotineiramente têm sido marcadas reuniões quinzenalmente, às vezes
até semanalmente. Acredita estar preparado para esta rotina de
reuniões?
R
- Sim. Tenho ampla disponibilidade de tempo e energias para
comparecer às reuniões ordinárias e extraordinárias. Pretendo
ainda, agendar reuniões periódicas com as associações de pais e
responsáveis dos diversos Campi para prestar contas do mandato.
10
- Que pensa da mobilização de responsáveis com vistas a debater um
novo calendário para o ano letivo de 2017, pleito em trâmite no
CONSUP atualmente?
R
- Sou totalmente favorável. O atual calendário escolar de 2017,
foi aprovado sem levar em conta os interesses dos alunos. Lembro que
esta mobilização nasceu a partir de reunião da comissão de pais e
responsáveis ocorrida em Março, na qual, quase 50 pais e
responsáveis decidiram que queriam lutar pela mudança do calendário
aprovado.
11
- Quais são suas propostas, que podem ser levadas ao CONSUP em
2017-2018, que sejam demandas de responsáveis ou alunos do CPII?
R
- Primeiramente, comprometo-me a continuar a discussão da revisão
do calendário escolar para o ano 2017, sabendo que esta revisão
impacta os anos 2017 e 2018. Este é o tema que mais está
mobilizando a comunidade de Pais e Responsáveis no momento.
Continuar essa discussão é meu primeiro compromisso com todos os
pais e responsáveis. Comprometo-me ainda, a propor a revisão do
regimento interno do Conselho, para deixar mais explícito as
condições de perda de mandato, com o objetivo de obter quórum em
maior número de reuniões e acelerar o processo decisório no âmbito
do Conselho. Por último, solicitarei a inclusão de assuntos mais
estratégicos nas pautas de reunião do Conselho.
12
- Use este espaço para falar algo que julgue importante. Você pode
aproveitar para falar sobre como pode contribuir com a representação
de pais, participando do CONSUP.
Antes
de tudo, quero afirmar que entro neste processo por entender que o
desenvolvimento e a melhoria do ensino público dependem muito da
nossa atuação individual e coletiva.
Sou
candidato também, para dar seguimento ao mandato da conselheira
Vanessa Anacleto, a partir da discussão dos membros da comissão de
pais e responsáveis dos Campi Humaitá I e II e a partir da
solicitação de diversos pais e responsáveis que me pediram que eu
fosse candidato.
Por
último, sou candidato porque tenho tempo e energia suficientes para
defender os interesses dos pais e responsáveis no Conselho. Além
disso, entro porque julgo que possuo as competências e a experiência
necessárias para cumprir o mandato, caso eleito.
Acredito,
como muitos pais e responsáveis, que uma das qualidades do Colégio
Pedro II é a diversidade. A mesma diversidade que é uma qualidade
para a educação dos nossos filhos, para nós, pais e responsáveis,
é um grande desafio. Precisamos aprender a conviver com esta
diversidade de visões de mundo e crenças. Penso que meu grande
desafio, como representante de pais e responsáveis no CONSUP será
buscar o consenso possível na comunidade dos pais e responsáveis e
dar voz a este consenso.